21 de novembro de 2020

Meio-Termo

Ah, como tenho me enganado

como tenho me matado

por ter demais confiado

nas evidências do amor


Como tenho andado certo

como tenho andado errado

por seu carinho inseguro

por meu caminho deserto


Como tenho me encontrado

como tenho descoberto

a sombra leve da morte

passando sempre por perto


E o sentimento mais breve

rola no ar e descreve

a eterna cicatriz

mais uma vez

mais de uma vez

quase que eu fui feliz


A barra do amor

é que ele é meio ermo

a barra da morte

é que ela não tem meio termo. 

Antônio Carlos de Brito

0 comentários: