9 de julho de 2013

Questiona-se o Poeta

Quem sou, sei eu? Não sei. Talvez um monte,
Um monte agonias e martírio...
Quem sabe um pesadelo ou um delírio,
Que Deus tivera um dia em Sua fronte.

Quem sou, sei eu? Não sei. Talvez o elo,
Infame ligação – o belo e o morto.
Quem sou, meu Deus? Se sou um vaso torto,
Sou vaso torto e pouco isso anelo.

Sem dó nem piedade me formaram,
Ou fora um erro grave do destino
Ceder à luz do mundo esse menino?

Não sei, não sei de nada. Esgotaram
As vagas energias, todo o tino...
E eis o fio da vida: está mais fino...

Carlos Witalo
01/07/2013

14h04

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