9 de outubro de 2010

Dúvida aos seis meses

Passei o dia a ver-te
e tive pena...
Tua inocência inofensa diante dos dias tristes
Tua arrogância alegre diante do mundo doente
Teus olhos brilhantes contra a melancolia
Tudo somado, ao ver-te, tive pena
De mim,dos homens,de nós...

O quanto serás ausente sobrinho?
O suficiente à lerdeza ou ao desapego?
Sinto raiva de te ver
Sabendo o que faremos:
Envenenando-lhe de crenças-heranças
Antigas e atrasadas
Mágoas ressentimentos "humanismos"
Políticas destrutivas noites de medo
segregação indiferença-posses...

Até quando irás dormir encolhido por gosto
e passarás a se encolher(sem dormir)por força?

Tenho medo do quanto vamos lhe restringir
fazê-lo, sob sofrimento, sorrir
E o quanto(quando) irás reagir
Serás em união ou à esmo?
Ou continuarás com os olhos-esperança
para que os que te vejam(esses,mortos)
tenham pena
de si mesmos...

1 comentários:

Darlã Fagundes disse...

Poema escrito no ano de 2003 enquanto contemplava meu sobrinho com 6 meses...